BIM na Engenharia: Como a Modelagem 3D Reduz Erros e Evita Problemas na Obra
- Bruno Chacon
- 8 de abr.
- 2 min de leitura

A história de um canteiro de obras que quase virou um campo de batalha
Era uma terça-feira quente, daquelas em que o capacete esquenta a cabeça e o sol castiga o concreto recém-posto. No canteiro de obras, a equipe de hidráulica acabou de chegar para instalar a prumada do prédio. Tudo dentro do cronograma. Ou pelo menos era o que diziam os papéis.
Só que, quando abriram o shaft, veio o balde de água fria: os eletrodutos estavam passando exatamente no mesmo lugar onde os tubos de esgoto deveriam ir. Um clássico. O eletricista culpava o encanador, o encanador culpava o projetista, e o engenheiro olhava pro céu, pedindo paciência e milagres.
Esse tipo de conflito não é raro. Quem trabalha com obras sabe que, muitas vezes, o problema não está na execução — mas sim no projeto. Ou melhor, na falta de integração entre os projetos.
Foi exatamente por isso que, meses antes de iniciar outra obra, nós decidimos adotar o BIM (Building Information Modeling) como parte obrigatória do nosso processo.

A virada de chave: do 2D ao 3D
Com o BIM, não estamos mais lidando com pranchas soltas, cheias de linhas que só fazem sentido depois de muita interpretação. Estamos falando de um modelo tridimensional inteligente, que permite enxergar a obra como ela será executada.
Antes mesmo de um tijolo ser assentado, já conseguimos identificar onde um tubo hidráulico vai cruzar com um eletroduto, onde há conflitos com a estrutura ou se existe algo que vai inviabilizar a execução.
E não é só isso: o BIM permite que as disciplinas conversem. A arquitetura, a estrutura, a elétrica e a hidráulica não são mais projetos isolados — elas são camadas que se sobrepõem e se ajustam em tempo real. Quando um ponto muda, todos os outros se atualizam. Isso significa menos retrabalho, menos surpresa, menos custo.

Um exemplo real: a obra que passou no teste do BIM
Recentemente, trabalhamos em um projeto de um grande condomínio residencial. Como de costume, fizemos a modelagem BIM das instalações elétricas e hidráulicas.
Durante a compatibilização, percebemos que havia um shaft pequeno demais para a quantidade de instalações previstas. No CAD, isso talvez passasse despercebido. Mas no modelo 3D, o problema apareceu na hora.
O que teria sido um caos na obra — com cortes e adaptações improvisadas — virou apenas uma alteração de projeto, resolvida em um clique. Nenhum dia de atraso. Nenhuma dor de cabeça para o cliente. Nenhuma briga entre as equipes de campo.

No fim do dia, o BIM não é só sobre tecnologia. É sobre tranquilidade.
É sobre poder dormir sabendo que a execução da obra vai seguir como o planejado. É sobre garantir que o cliente não vai pagar por erros que poderiam ter sido evitados. É sobre entregar um projeto com previsibilidade, segurança e eficiência.
Na Chacon, acreditamos que a engenharia precisa evoluir. E o BIM é um dos pilares dessa evolução.
Porque, no fim das contas, ninguém quer um canteiro de obras que pareça um campo de batalha.